Epicondilite lateral
Sobre Epicondilite lateral (TENNIS ELBOW)
O QUE É?
Para entender a Epicondilite Lateral é preciso antes conhecer um pouco sobre as estruturas ósseas que formam a articulação do cotovelo. Ele é formado pelo úmero (o osso do braço entre o ombro e o cotovelo) e pelos ossos do antebraço (o rádio e a ulna, entre o cotovelo e o punho). Na região onde esses 3 ossos se ‘encontram’ e, portanto, se articulam, está o cotovelo. Este apresenta duas proeminências ósseas: os epicôndilos. Se você tocar o seu cotovelo, poderá sentir duas espécies de bolinhas no osso: uma na parte do cotovelo que fica voltada para o seu corpo (para dentro) e outra que fica na parte direcionada para fora. Aí estão os seus epicôndilo medial e lateral, respectivamente.
A epicondilite lateral, ou “tendinite do tenista”, é a principal causa de dor na região do cotovelo. Caracteriza-se por dor na região do epicôndilo lateral (proeminência óssea que fica na face lateral do cotovelo), onde se inserem os tendões de seis músculos responsáveis pela movimentação do cotovelo, punho e dedos (cujas ações são de supinação do antebraço, extensão do punho e extensão dos dedos).
Embora seja chamada de epicondilite, designação dada a fisiopatologias que envolvem um processo inflamatório, diversos estudos não apontam qualquer evidência de inflamação em si. O que ocorre é uma degeneração do tendão em sua inserção no osso.
Do mesmo modo o termo “tendinite do tenista” não sustenta a sua incidência, pois acomete mais a população em geral, particularmente na quarta e quinta décadas de vida, do que somente tenistas. Na realidade, atualmente, este grupo corresponde apenas a uma pequena parcela dos pacientes.
COMO ACONTECE?
Entre as atividades que podem causar uma Epicondilite Lateral, podemos considerar práticas esportivas que utilizam raquetes e tacos associados a impulso, ou quaisquer atividades com vigorosas extensões do cotovelo e supinações do antebraço. Mas é, também, evidenciada em pessoas sedentárias e em pessoas que exercem determinadas ocupações, como trabalhar em carpintaria, laborar com máquinas e exercer excesso de digitação. Também pode ser vista em pessoas que dormem com um apertar inconsciente da mão (com a mão fechada). A grande maioria dos eventos, entretanto, não possui uma causa identificada.
A Epicondilite acomete, mais comumente, a origem do tendão extensor radial curto do carpo e, em menor grau, a porção ântero-medial do tendão extensor comum dos dedos.
Quando há lesão, a mesma provavelmente resulta da aplicação de tração contínua por repetição, resultando em micro-rupturas dessas estruturas anatômicas, seguidas de fibrose e formação de tecido de granulação. Como continua havendo tração por repetição, antes mesmo que o reparo aconteça, ocorrem novas micro-rupturas seguidas de fibrose, criando um ciclo vicioso. Essa falha no processo de reparo determina, portanto, mais degeneração do que inflamação.
QUAIS OS SINTOMAS?
Os sintomas da epicondilite são: sensibilidade ou dor sobre o epicôndilo lateral, que se irradiam ao longo dos músculos extensores, podendo ser insidiosa ou repentina, na dependência do estímulo causal; dor que se agrava por pequenos movimentos do cotovelo (especialmente com extensão de punho e dedos ou ao agarrar objetos), podendo incomodar e prejudicar a realização de atividades comuns, tais como escovar os dentes, abrir uma porta, escrever ou levantar um copo cheio.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
Por meio dos relatos do paciente, sintomatologia (interpretação dos sintomas) e uma série de testes físicos, o especialista consegue, na maioria dos casos, já identificar a Epicondilite Lateral.
Quando necessário, podem ser solicitar exames de imagem, como ultrassom, raio-X e ressonância magnética, para eliminar outras patologias e confirmar o diagnóstico.
QUAL O TRATAMENTO?
A Epicondilite Lateral do cotovelo, como já foi citada, é causada por movimentos repetitivos e/ou de sobrecarga. Sendo assim, o repouso prolongado é capaz de proporcionar ao corpo uma chance para se auto-regenerar. Entretanto, esse tempo de recuperação seria longo, algo em torno de 6 à 9 meses de repouso (dependendo muito da gravidade da lesão e do nível de comprometimento funcional), e a chance de recidiva na retomada das atividades após esse longo período seria muito grande, provavelmente por conta do despreparo muscular e o desequilíbrio biomecânico instalado como consequência da disfunção.
Sendo assim, o tratamento mais apropriado e o que apresenta maiores índices de sucesso é a fisioterapia.
O controle do nível de stress mecânico sobre o local da lesão é de suma importância, envolvendo restrições das atividades repetitivas ocupacionais e/ou esportivas além de mudanças em alguns hábitos da rotina diária (que podem ser temporários ou até mesmo definitivos). Nessa fase inicial, analgésicos e anti-inflamatórios prescritos pelo Médico Ortopedista podem ser indicados, variando com a intensidade e regularidade da dor.
Uma vez identificada e afastada a causa da lesão e feitos os ajustes de atividade que geravam a sobrecarga, inicia-se o tratamento para controle da dor (analgesia), restauração estrutural do tendão (regeneração) e, por fim, a reabilitação funcional (reeducação neuromuscular). Crioterapia (aplicação de gelo), laserterapia, acupuntura, eletroterapia, terapias manuais, bandagens, órteses e, principalmente, os exercícios de fortalecimento muscular bem como o treinamento do gestual esportivo e/ou laboral são as diversas opções terapêuticas que a Fisioterapia utiliza para este processo de reabilitação.
OBS: Colocar foto da anatomia do cotovelo indicando onde é o epicôndilo lateral.